Patrimônio Histórico e Urbânidade em Rio Grande:

A cidade do Rio Grande por sua tradição histórica e por sua importância dentro do cenário ecônomico do Brasil sul meridional sempre foi uma região de confluência de interesses dos mais diversos povos e de tendências políticas ou ecônomicas. no decorrer destes ultimos duzentos e setenta e três anos a cidade se desenvolveu apesar de todas as dificuldades que enfrentou: problemas com imigração, conflito de fronteiras, dificuldades com a natureza, invasões espanholas e crises ecônomicas. superados esses problemas com muito sangue, suor e lágrimas, foi notável o desenvolvimento desta cidade, pois, muito fácil é observar o crescimento que se consubstanciou na forma de nossos prédios históricos e realizações culturais, entre elas podemos citar: a primeira biblioteca do RS, Câmara de Vereadores, industria textil, linha de bondes regular e refinaria de petróleo do país, entre outras.

Fica estabelecido que é na observação e valorização do nosso rico passado e nas nossas construções históricas que estão as soluções para os problemas de nossa cidade. Hoje nas grandes capitais da Europa o turismo histórico é uma realidade, pense nisso e vamos mudar a conjuntura....


domingo, 9 de novembro de 2014

CASAS MORTAS

Casas velhas,
Casas de minha infância,
Casas de outras infâncias,
Casas de gente que se foi e
que não vai voltar,
Casas de gente que deixou saudades,
Tempos outros,
que não voltam mais.... 
Jefferson Dutra

domingo, 16 de março de 2014



O GÓTICO COMO RESULTANTE DAS TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS, SOCIAIS E RELIGIOSAS DE SUA ÉPOCA:

O gótico, arte urbana sem deixar de ser religiosa, as referências medievais sempre permaneceram ligadas ao sagrado, não era arte exclusivamente eclesiástica. De fato as transformações sócio-econômicas fizeram dos leigos consumidores de obras de arte, que precisavam portanto se adequar a essa nova realidade. O fundamental continuava a ser a arquitetura religiosa, mas as catedrais góticas contavam, para serem erguidas com a indispensável colaboração da burguesia local e da monarquia. Portanto atendiam a necessidades espirituais e práticas diferentes da época anterior.
Como observou Duby, “O universo deixa de ser um conjunto de sinais onde o imaginário se perde, reveste-se de uma figura lógica que a catedral tem por missão reconstituir situando no seu lugar todas as criaturas visíveis” (49:121).

Expressão de uma nova sociedade em formação, o gótico estava ligado a cultura que se desenvolvia nas escolas urbanas, ao pensamento que redescobrindo a obra de Aristóteles procurava harmonizar fé e razão. Assim se concebia Deus como a luz (por isso o uso de vitrais) e se valorizava o seu lado humano (em consequência o culto a virgem). A natureza passava a ser vista como parte essencial da criação. Por isso, procurava-se retratá-la com realismo, para tanto recorrendo-se a observação (através dos sentidos) e a compreensão (através do realismo) da natureza. Ora, tal postura revelava tanto uma nova sensibilidade (cuja melhor expressão e São Francisco) quanto uma nova preocupação intelectual, cuja melhor expressão é a retomada de Aristóteles. Em suma, o gótico se colocou exatamente nesse equilíbrio entre coisas tão diferentes como as representadas pelo sacro e pelo filosófico.

Justamente por isso não se pode, como já foi feito, reduzir o gótico a simples materialização da teologia da época. Baltrusaitis mostrou numa interessante obra, que a arte gótica incorporou monstros de diferentes tipos e seres acéfalos e multicéfalos da antiguidade, plantas zoomórficas e animais com corpos de partes trocadas presentes no Islã, dragões e demônios com seios ou tromba-de-elefante existentes no imaginário do extremo oriente.
Percebemos com isso a permanente dualidade da Idade Média, que mesmo nas suas buscas da realidade, escapa continuamente para regiões longínquas e quiméricas e conserva até o fim a sua universalidade. Bem entendido, se tais influências externas ocorreram, foi porque a psicologia coletiva ocidental podia se conhecer naqueles elementos provenientes de outras culturas.

Referências:  Idade Média - Nascimento do Ocidente - Hilário Franco Junior.