Patrimônio Histórico e Urbânidade em Rio Grande:

A cidade do Rio Grande por sua tradição histórica e por sua importância dentro do cenário ecônomico do Brasil sul meridional sempre foi uma região de confluência de interesses dos mais diversos povos e de tendências políticas ou ecônomicas. no decorrer destes ultimos duzentos e setenta e três anos a cidade se desenvolveu apesar de todas as dificuldades que enfrentou: problemas com imigração, conflito de fronteiras, dificuldades com a natureza, invasões espanholas e crises ecônomicas. superados esses problemas com muito sangue, suor e lágrimas, foi notável o desenvolvimento desta cidade, pois, muito fácil é observar o crescimento que se consubstanciou na forma de nossos prédios históricos e realizações culturais, entre elas podemos citar: a primeira biblioteca do RS, Câmara de Vereadores, industria textil, linha de bondes regular e refinaria de petróleo do país, entre outras.

Fica estabelecido que é na observação e valorização do nosso rico passado e nas nossas construções históricas que estão as soluções para os problemas de nossa cidade. Hoje nas grandes capitais da Europa o turismo histórico é uma realidade, pense nisso e vamos mudar a conjuntura....


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

CANTO DA MINHA TERRA



Teodolinha Batezat de Souza
1987

Rio Grande
do Porto Velho,
de velhos barcos pesqueiros,
de ilhas verdes brilhantes
e de prédios altaneiros.
Rio Grande dos regatinhos
sinuosos,
caprichosos
caminhando em desalinho.
Rio Grande da Barra,
das gaivotas faceiras
que sobrevoam o mar
bonitas, claras, ligeiras.
Rio Grande
do peixe fresco
apregoado nas ruas
pelo mestre pescador
que anuncia contente,
o fruto do seu labor.
Rio Grande dos monumentos,
das casas velhas
e do bairro encantador,
das praças cheias de sombras,
de telhados, onde as pombas,
se aninham com amor.
Rio Grande do pôr do sol
Vermelho quase dourado
Que ainda não foi cantado
Por gente de nossa terra,
Mas fica muito orgulhoso,
quando um filho carinhoso
proclama que ela é bela.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Saudade de casas velhas


Quando vejo em meus caminhos, minhas jornadas e passeios pela cidade, vislumbro essa enormidade de casas “velhas”.
Fico a imaginar as vivências, confrontos, alegrias e tristezas, sonhos perdidos de tanta gente, que ali morou, viveu, esteve, em um mundo único, fechado, protegido, que de alguma forma ou instância deu sua contribuição para o desenvolvimento ou pelo menos para criar o quadro do que seria a vida em comunidade dentro do sitio local.
Tantos que vieram e se foram, que deram seu testemunho de existência e não mais vão voltar.

Retratos perdidos e amarelados no tempo, arrancados das paredes pela sombra de um esquecimento e falta de identificação dos que não mais estão presentes com aqueles que aqui ainda estão e que um dia também serão poeira na estada do tempo.
As casas fechadas...
Casas Mortas...
Sem vida...
Mas com alma...
Com sentimento de lembrança...
Com saudade do que se foi..
De uma forma ou outra, mesmo de forma incontida, inesperada, voltam a ter vida, na natureza que se manifesta.


Jefferson Dutra.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

CRENÇA

A casa grande
encardida e velha,
era moça em sonhos,
enluarada.
Se a meninada
Chorava,
Os risos logo voltavam
Encantando
a casa escancarada.

Pelos Buracos do zinco
a luz cintilava,
no nosso querido chão.
Os sonhos eram pequenos,
limpinhos,
cabiam todos na palma da mão.

A infância
teve casa segura
nos muros,
nas trepadeiras
e tudo exalava ternura.

Aquele tempo,
Agora tão escondido,
foi guardado com carinho
e nunca foi esquecido.

Ainda há luz
neste nosso sonhar.
Onde havia risos
o tempo guardou
as lembranças
pra que, um dia,
aquelas crianças
possam, de novo, brincar.

Teodolinda Domingas Batezat de Souza, Poetisa, titular da cadeira n° 39 da Academia Rio-Grandina de Letras, até seu passamento em 15/10/2012.


quarta-feira, 6 de setembro de 2017

MARIO QUINTANA...

CASAS
Para Cecília Meireles

A casa de Hérida, com grandes sonetos dependurados como panóplias
E escadarias de terceiro ato,
A casa Rimbaud, com portas súbitas e enganosos corredores, casa diligencia-navio-aeronave-pano, onde só não se perdem os sonâmbulos e os copos de dados,
A casa Apollinaire, cheia de reis de França e valetes e damas dos quatro naipes e onde a gente quebra admiráveis vasos barrocos correndo atrás de pastorinhas do século XVIII,
A casa de William Blake, onde é perigoso a gente entrar, porque pode nunca mais sair de lá,
A casa de João-José, que fica no fundo de um poço, e que não é propriamente casa, mas uma sala de espera no fundo do poço.


Mario Quintana.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

COMPANHIA FIAÇÃO E TECELAGEM RIO GRANDE:

Em 1894, Giovanni Hesselberger investiu recursos no estabelecimento da Companhia Fiação e tecelagem Rio Grande que efetivamente começou suas atividades em 13 de abril de 1896.
Logo em seguida, o controle da companhia passa para a firma Santo Becchi & Cia., de Gênova. Em seguida a empresa foi transformada em sociedade anônima sob a denominação de Tecelagem Ítalo-Brasileira, passando a ser a organização nacional, com sede na cidadã do Rio Grande.
Foi um dos principais estabelecimentos industriais do município, sendo que as instalações da fábrica cobriam uma superfície de 10.000 metros quadrados e empregando 600 funcionários, com tecnologia de ponta. O capital girava em Cr$ 2.000.000,00.

O processo de fabricação da indústria começava com o algodão em rama bruto até os mais finos tecidos. Depois de passar por uma série de máquinas e prensas automáticas, o algodão chegava ao estado de fio através de furos que montavam e trabalhavam continuamente, reduzindo o algodão a meadas. As meadas posteriormente eram enviadas a seção de tinturaria onde seriam tingidas. Findo esse processo entravam na seção de tecelagem que empregava 200 operários, que trabalhavam com variados tipos de tecidos, cujos desenhos eram constantemente mudados de acordo com os pedidos dos clientes.

Entre os produtos da Companhia Ítalo-Brasileira constavam brins, atoalhados, panos para colchões, tecidos fantasia e artefatos.