Patrimônio Histórico e Urbânidade em Rio Grande:

A cidade do Rio Grande por sua tradição histórica e por sua importância dentro do cenário ecônomico do Brasil sul meridional sempre foi uma região de confluência de interesses dos mais diversos povos e de tendências políticas ou ecônomicas. no decorrer destes ultimos duzentos e setenta e três anos a cidade se desenvolveu apesar de todas as dificuldades que enfrentou: problemas com imigração, conflito de fronteiras, dificuldades com a natureza, invasões espanholas e crises ecônomicas. superados esses problemas com muito sangue, suor e lágrimas, foi notável o desenvolvimento desta cidade, pois, muito fácil é observar o crescimento que se consubstanciou na forma de nossos prédios históricos e realizações culturais, entre elas podemos citar: a primeira biblioteca do RS, Câmara de Vereadores, industria textil, linha de bondes regular e refinaria de petróleo do país, entre outras.

Fica estabelecido que é na observação e valorização do nosso rico passado e nas nossas construções históricas que estão as soluções para os problemas de nossa cidade. Hoje nas grandes capitais da Europa o turismo histórico é uma realidade, pense nisso e vamos mudar a conjuntura....


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

VITOR RAMIL - DEIXANDO O PAGO



Um dia serás pó, pó nas areias do tempo, pó que maltrata os olhos de alguém, lembranças esquecidas de um tempo que se foi...uma lágrima rolada na passagem das épocas, num mar de saudade que se transforma, por aquilo que não foi e deveria ter sido. (Jefferson).

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

EXPOSIÇÃO NO CENTRO MUNICIPAL DE CULTURA:

Em recente visita a galeria de artes do Centro Municipal de Cultura Inah Emil Martensen (Marechal Flôriano, 91), conheci as esculturas de Marcelo Ferreira, artista riograndino de grande talento e dotado de um profundo senso social em suas obras. Através da reutilização de materiais diversos que o mesmo coleta e recebe de amigos, Marcelo cria suas obras e manifesta através destas seus anseios e aspirações. Seu trabalho possui uma nítida influência dos devaneios oníricos de Salvador Dali, Vasco Prado e Chico Stockinger e demostra através das obras uma profunda angustia e preocupação com os dramas da existência humana e com as minorias que vivem em situação de constante risco social, a problemática dos desvalidos, fica evidente ao longo da análise que fazemos de todo trabalho exposto. Percebemos sem sombra de dúvidas uma forte contestação ao sistema vigente e as desigualdades advindas desse mesmo sistema. Seu trabalho é resultado de seu tempo, e demonstra claramente a fragmentação social em que vivemos. Suas obras visualmente podem não ser agradáveis para alguns, mas a arte apesar de nem sempre ser facilmente assimilada e digerida é em última análise produto de sua época e do meio circulante onde vivemos. Não deixem de visitar mais essa interessante mostra da criatividade de nossos talentos locais que fica aberta até o dia 20 de agosto.....Parabéns pelo seu trabalho Marcelo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

THEO WIEDERSPAHN E A RHEINGANTZ:

Theodor Alexander Josef wiederspahn, mais conhecido como Theo Wiederspahn (Wiesbaden, 19 de fevereiro de 1878 - Porto Alegre, 12 de novembro de 1952) foi um arquiteto alemão que executou muitas obras no Brasil, inclusive na cidade do Rio Grande. Formou-se na Escola de Construção de Wiesbaden em 1894 e migrou para o Brasil em 1908, para trabalhar na Viação Férrea, o que acabou não acontecendo por problemas de contrato. Passou então a Trabalhar como arquiteto no escritório de engenharia de Rudolf Ahrons, um porto-alegrense que havia se formado em Engenharia Civel na Escola Politécnica de Berlin em 1903. Wiederspahn lá trabalhou até 1914, quando a firma foi fechada por causa da Primeira Guerra Mundial. Após a guerra, ele fundou sua própria firma, que faliu em 1930, por causa da crise que assolou a economia mundial naquela época. Em 1933, com a exigência do registro profissional, Theo foi rebaixado para a categoria de "construtor licenciado", passando então a trabalhar para a Igreja Evangélica de Confissão Luterana, onde teve suas atividades novamente interrompidas durante a Segunda Guerra Mundial. Abriu escritório na cidade de Novo Hamburgo, onde foi responsável por algumas obras residênciais e pela construção do prédio da Sociedade Frohsin (hoje Aliança). Theo teve tanta visibilidade e tanta fama que ainda hoje é lembrado como o maior arquiteto gaúcho de todos os tempos. Por isso atraiu inveja, ciúme e despeito. Por ser de origem alemã, mesmo estando perfeitamente integrado à vida no sul, sofreu perseguições políticas durante a segunda guerra. Por causa do desgosto e muito ressentido pelo tratamento que recebera, acabou entrando em depressão e morrendo aos 73 anos. Foi o responsavel pelo projetos de grandiosas obras como a da Delegacia Fiscal (atual Margs), Correios e Telégrafos (atual Memorial do Rio Grande do Sul), Cervejaria Bopp (depois Brahma), Hotel Magestic (Casa de Cultura Mário Quintana), Hospital Moinhos de Vento e a nossa tão querida e especial Fabrica Rheingantz, entre outras obras relevantes.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

NOSSA MEMÓRIA AMEAÇADA PELO DESCASO!

Muito se tem falado em nossa cidade sobre desenvolvimento e a entrada de novas empresas e capitais na Noiva do Mar, esses novos eventos tem gerado um clima de euforia e uma perspectiva de mudança para melhor no quadro ecônomico da região sul do Estado, principalmente em Rio Grande. Nesse ínterin estamos vivendo neste mês a Fearg/Fecis, onde as potêncialidades de nossos artesãos e industriais são mostradas para um público que a cada ano que passa torna mais impactante os efeitos positivos de um evento tão significativo como a Fearg/Fecis, mas como a intenção desde blog sempre foi a de concientizar sobre a importância da preservação do patrimônio histórico e alertar sobre as prováveis ações e más intensões que levem a degradação desse mesmo patrimônio, não pude deixar de notar ao visitar o local da feira o lastimável estado de conservação apresentado pela locomotiva localizada no Centro de Eventos administrado pela prefeitura municipal, um equipamento que deveria servir de exemplo para todas as gerações sobre a importância das ferrovias para nossa cidade está esquecido e em avançado estado de degradação, apresentando rupturas em sua estrutura, provocadas pela ferrugem, inclusive servindo como depósito de lixo, onde latas de tinta e outros objetos são depositados, podendo inclusive provocar acidentes graves as crianças que ali circulam, e que brincam aprendendo a dar seus primeiros passos no sentido de conhecer o nosso tão glorioso passado. Não podemos aceitar de forma alguma o descaso do poder público com aqueles equipamentos visto que o patrimônio público precisa ser conservado e tratado de uma maneira mais digna, dentro da perspectiva que são documentos vivos da nossa história e servem como evidência e testemunho para as futuras gerações sobre o trabalho de fundamental importância realizado pela rede ferroviária em Rio Grande!Uma atitude urgente precisa ser tomada quanto ao resgate do nosso já tão escasso e dilapidado patrimônio ferroviário, devido ao risco eminente de num curto espaço de tempo não termos mais referência alguma sobre a grandiosidade de suas ações no sentido de desenvolver nossa sociedade. Não só a ferrovia, mas as gerações passadas merecem o resgate de sua memória.

HISTÓRIA DA FERROVIA NO BRASIL E EM RIO GRANDE:



No fim do século XVIII, houve diversas tentativas de se adaptar a recém-inventada máquina a vapor a um veículo sobre rodas, mas todas falharam devido ao estado das estradas. Em 1803, no entanto, o engenheiro inglês Richard Trevithick teve a idéia de colocar o veículo a vapor sobre trilhos, para que deslizasse mais suavemente. A idéia das "ferrovias". porém, não era nova. Carros sobre trilhos, puxados por cavalos, já estavam sendo usados na maior parte das grandes minas, na época. A primeira linha férrea - a linha da mina Stockton a Darlington - foi aberta em 1825. Tinha 16 quilômetros e foi construída por George Stephenson. Ele construiu também a primeira linha de passageiros (1830) e as máquinas para ela. Essa linha ia de Liverpool a Manchester.
No Brasil, a primeira ferrovia foi inaugurada em 1854. Era a Estrada de Ferro Mauá, com apenas 19,9 quilômetros de linha, entre a baía de Guanabara e Raiz da Serra, em direção a Petrópolis. Na cidade do Rio Grande as atividades ferroviárias iniciaram em 1884 e a linha que ligava a cidade ao balneario do Cassino foi inaugurada em 26 de janeiro de 1890. O transporte ferroviário em nossa cidade foi de extrema importância para o desenvolvimento de nossa econômia servindo de elo de ligação com as demais localidades do estado, através do transporte de passageiros e mercadorias que em muito contribuiram para crescimento e desenvolvimento, não só do nosso município, mas de todo o estado do Rio Grande do Sul.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

CASSINO DOS MESTRES:

O que consta sobre a finalidade da edificação daquela residência em 1911 é que, devido a necessidade da empresa num determinado processo da sua evolução de contratar mão de obra especializada, resolve projetar a construção de um "Cassino dos Mestres". O Cassino dos Mestres era um edifício que pretendia atender as funções de lazer e habitação para alguns mestres, principalmente os recém chegados da Europa. O projeto foi solicitado ao escritório de R.Ahrons, que em maio de 1911 concluiu esse trabalho. As plantas originais conferem a autoria dessa obra ao escritório de engenharia R.Ahrons, a maior empresa construtora de Porto Alegre. Responsável por obras significativas da arquitetura do Rio Grande do Sul e, especificamente, de Porto Alegre, a firma contava na sua fase mais produtiva, com o arquiteto Theo Wiedersphan, na chefia do departamento de arquitetura. Os terrenos onde foram construídos o Cassino dos Mestres, e mais tarde o Grupo Escolar e as demais casas para funcionários, foram adquiridos por permuta com a Intendência Municipal. O Cassino dos Mestres servia como ponto de encontro dos mestres da fábrica, com acomodações para reuniões, sala de leitura com biblioteca, bilhar, podendo inclusive servir refeições para os mestres solteiros, e foi sede da Sociedade de Mutualidade e da Biblioteca da fábrica Rheingantz.
Fonte: Rheingantz: Uma Vila Operária em Rio Grande de Viviam S. Paulitsh/2008.