Taim – pertence a planície costeira
(planície de restinga) do Rio Grande do Sul (600 km de Torres ao Chuí).
A formação da
área costeira do Rio Grande do Sul começa a cerca de 400 mil anos – cenário de
transformações geológicas com variações sucessivas do nível do mar. Nas idas e
vindas do mar são depositadas barreiras arenosas que separam as lagoas dos
oceanos.
Há 5500 anos
termina a última era glacial. Com o aquecimento as calotas descongelam e o mar
sobe de 3 a 5 metros do nível atual (última grande variação do nível do mar),
surgem diversos ecossistemas (lagoa Mangueira, estuários, arroios, lagos, lagoa
verde) e dentro destes o Banhado do Taim.
O nome Taim
deriva da deusa indígena Itaí ou denominação de um arroio que deságua na Mirim
ou ainda sonoridade de um pássaro local. No decorrer de sua historia de
ocupação diversas tribos indígenas itinerantes foram exterminadas pelos
colonizadores, entre eles charruas, Guaranis e Minuanos. Em 1777 o Tratado de
Santo Ildefonso define a região como “terra de ninguém”, ou seja, era proibida
a partir de então a ocupação, criação de povoados, acampamentos ou deslocamento
de tropas naquele local. Finalmente em 1821 a região passa a pertencer através
de anexação ao Brasil.
Hoje pequenas
comunidades vivem basicamente da pesca, plantio do arroz, pastagens,
monoculturas de pinus e eucaliptus, criação de bois, cavalos, gado, ovelhas. Os
núcleos populacionais mais antigos são a Capilha em Rio Grande e a Vila Anselmi
em Santa Vitória do Palmar. Localidades como Cerrito, Santa Isabel, Albardão
complementam as comunidades do entorno.
O Banhado do
Taim possui uma grande variedade de vida silvestre, sendo considerado um
patrimônio paisagístico e genético por sua grande variedade biológica e ecossistema,
um local de abrigo e reprodução de diversas espécies.
A Capela de
Nossa Senhora da Conceição, situada na localidade do Taim foi erguida junto a
primeira edificação da fronteira sul do Brasil, provavelmente construída nas
primeiras décadas de 1700. Seu estado de conservação é precário, mas atualmente
existem em andamento diversos processos e tratativas no sentido de restaurá-la
e trazê-la de volta ao seu esplendor original. Como a grande maioria dos nossos
prédios históricos a capela sofre com a ação do tempo e da burocracia estatal,
a morosidade do poder publico e da justiça brasileira em resolver as questões
sobre o patrimônio artístico e histórico nacional provocam perdas irreparáveis
a nossa cultura.
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