LICEU LEÃO XIII: O novo prédio.
A necessidade de novas instalações, ante a pobreza das existentes,
foi desde sempre sentida. Na visita que fez ao Leão XIII em 1926, o
inspetor Padre Domingos Cerrato, deixou escrito em ata: Tendo a
necessidade extrema de local e a licença que deu oralmente ao
diretor o Reverendíssimo Senhor Padre Vespignani, autorizei a
imediata construção de um edifício, cujo plano foi levado a Turim
pelo próprio visitador extraordinário.
Por
ocasião da sua visita a Rio Grande em 1931, o visitador
extraordinário Padre Pedro Tirone estimulou a construção de um
novo prédio para o colégio e as oficinas. O padre José Massimi
pediu-lhe plenos poderes para poder agir. Pôde assim presentear a
população rio-grandina com o edifício onde o Leão XIII cumpre
hoje sua missão agora mais que centenária.
Ao
fazer em 1933 a visita canônica ao Leão XIII (26 de setembro a 1°
de outubro de 1933), o Padre André Dell'Oca, na ocasião inspetor,
havia escrito na ata: “O aspecto material da casa e das escolas
está em grande decadência, havendo entretanto entendimentos com a
Prefeitura para a construção de um prédio e levantar as Escolas ao
nível devido. O auxilio consistirá ou em construir um prédio
grande em terreno doado pela Prefeitura (refere-se a atual Praça
Saraiva), dando em troca nossa propriedade (Avenida Buarque de
Macedo), ou auxiliar-nos a construir um prédio adequado onde estamos
presentemente.
Já na visita do ano seguinte (1934), depois de observar em ata que a
Prefeitura não estava em condições de auxiliar, insistiu em
iniciar quanto antes uma parte do prédio “para que o Liceu seja
algo apresentável”.
No
ano seguinte pode registrar: “Devido ao esforço do Diretor, Padre
José Massimi, a construção do novo edifício, numa extensão de
100 metros por 13, já está com o andar térreo e começando o
primeiro andar”. Na segunda visita que fez em 1936, observa: “Os
trabalhos da nova construção estão passando por um período
difícil, devido a falta de meios para sua continuação, mas se
espera superar as dificuldades”.
As
dificuldades foram superadas graças à abnegação do Padre José
Massimi e ao apoio dos seus irmãos salesianos. Seu plano era a
construção de grandes edifícios capazes de abrigar 600 alunos,
sendo 500 externos e 100 internos. Apelou para todas as fontes onde
pudesse jorrar uma ajuda para a realização de seu projeto.
Em
10 de junho de 1937, enviou uma carta a seus conacionais,
solicitando-lhes que honrassem a colletività italiana
com uma contribuição para
e execução da obra. Convidava a ver os trabalhos para ver as
dimensões da obra e verificar pessoalmente como eram empregadas as
contribuições de corações generosos.
Recorreu às autoridades estaduais e municipais. Em 3 de julho de
1936 escreveu longa carta alicerçada em argumentos sólidos ao
Presidente da República, Doutor Getúlio Vargas, solicitando “um
auxílio não inferior a cem contos de réis”. Já antes em 15 de
março escrevera ao Interventor Federal, General Flores da Cunha
confirmando a exposição que lhe havia feito pessoalmente em Porto
Alegre. Um dos motivos que para ele justificavam a ajuda do Estado
seria que “considerando a existência só do colégio elementar,
além dos cursos profissionais e do internato, desobrigava o Estado
de prover à instrução elementar de numerosos meninos”.
Foi esse ideal obstinadamente perseguido que fez surgir no espaço
antes ocupado pelas velhas construções, um edifício austero e
sólido, globalmente planejado. Nele pôde acomodar de maneira digna
seus alunos – prés A e b, Primeiro e Segundo Graus – em amplas
salas de aula e oferecer-lhes os serviços imprescindíveis a um
estabelecimento de ensino e educação. Alguma restrição que se
pudesse fazer à distribuição dos ambientes foi sendo sanada pela
visão e competência dos sucessores, olhos voltados para o bem dos
alunos.
Fonte: Liceu Salesiano Leão XIII – Rio Grande – RS – 100 anos
(1901-2001).
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