Patrimônio Histórico e Urbânidade em Rio Grande:

A cidade do Rio Grande por sua tradição histórica e por sua importância dentro do cenário ecônomico do Brasil sul meridional sempre foi uma região de confluência de interesses dos mais diversos povos e de tendências políticas ou ecônomicas. no decorrer destes ultimos duzentos e setenta e três anos a cidade se desenvolveu apesar de todas as dificuldades que enfrentou: problemas com imigração, conflito de fronteiras, dificuldades com a natureza, invasões espanholas e crises ecônomicas. superados esses problemas com muito sangue, suor e lágrimas, foi notável o desenvolvimento desta cidade, pois, muito fácil é observar o crescimento que se consubstanciou na forma de nossos prédios históricos e realizações culturais, entre elas podemos citar: a primeira biblioteca do RS, Câmara de Vereadores, industria textil, linha de bondes regular e refinaria de petróleo do país, entre outras.

Fica estabelecido que é na observação e valorização do nosso rico passado e nas nossas construções históricas que estão as soluções para os problemas de nossa cidade. Hoje nas grandes capitais da Europa o turismo histórico é uma realidade, pense nisso e vamos mudar a conjuntura....


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O NOVO PRÉDIO DO LICEU LEÃO XIII:

LICEU LEÃO XIII: O novo prédio.

A necessidade de novas instalações, ante a pobreza das existentes, foi desde sempre sentida. Na visita que fez ao Leão XIII em 1926, o inspetor Padre Domingos Cerrato, deixou escrito em ata: Tendo a necessidade extrema de local e a licença que deu oralmente ao diretor o Reverendíssimo Senhor Padre Vespignani, autorizei a imediata construção de um edifício, cujo plano foi levado a Turim pelo próprio visitador extraordinário.

Por ocasião da sua visita a Rio Grande em 1931, o visitador extraordinário Padre Pedro Tirone estimulou a construção de um novo prédio para o colégio e as oficinas. O padre José Massimi pediu-lhe plenos poderes para poder agir. Pôde assim presentear a população rio-grandina com o edifício onde o Leão XIII cumpre hoje sua missão agora mais que centenária.

Ao fazer em 1933 a visita canônica ao Leão XIII (26 de setembro a 1° de outubro de 1933), o Padre André Dell'Oca, na ocasião inspetor, havia escrito na ata: “O aspecto material da casa e das escolas está em grande decadência, havendo entretanto entendimentos com a Prefeitura para a construção de um prédio e levantar as Escolas ao nível devido. O auxilio consistirá ou em construir um prédio grande em terreno doado pela Prefeitura (refere-se a atual Praça Saraiva), dando em troca nossa propriedade (Avenida Buarque de Macedo), ou auxiliar-nos a construir um prédio adequado onde estamos presentemente.

Já na visita do ano seguinte (1934), depois de observar em ata que a Prefeitura não estava em condições de auxiliar, insistiu em iniciar quanto antes uma parte do prédio “para que o Liceu seja algo apresentável”.
No ano seguinte pode registrar: “Devido ao esforço do Diretor, Padre José Massimi, a construção do novo edifício, numa extensão de 100 metros por 13, já está com o andar térreo e começando o primeiro andar”. Na segunda visita que fez em 1936, observa: “Os trabalhos da nova construção estão passando por um período difícil, devido a falta de meios para sua continuação, mas se espera superar as dificuldades”.
As dificuldades foram superadas graças à abnegação do Padre José Massimi e ao apoio dos seus irmãos salesianos. Seu plano era a construção de grandes edifícios capazes de abrigar 600 alunos, sendo 500 externos e 100 internos. Apelou para todas as fontes onde pudesse jorrar uma ajuda para a realização de seu projeto.
Em 10 de junho de 1937, enviou uma carta a seus conacionais, solicitando-lhes que honrassem a colletività italiana com uma contribuição para e execução da obra. Convidava a ver os trabalhos para ver as dimensões da obra e verificar pessoalmente como eram empregadas as contribuições de corações generosos.

Recorreu às autoridades estaduais e municipais. Em 3 de julho de 1936 escreveu longa carta alicerçada em argumentos sólidos ao Presidente da República, Doutor Getúlio Vargas, solicitando “um auxílio não inferior a cem contos de réis”. Já antes em 15 de março escrevera ao Interventor Federal, General Flores da Cunha confirmando a exposição que lhe havia feito pessoalmente em Porto Alegre. Um dos motivos que para ele justificavam a ajuda do Estado seria que “considerando a existência só do colégio elementar, além dos cursos profissionais e do internato, desobrigava o Estado de prover à instrução elementar de numerosos meninos”.

Foi esse ideal obstinadamente perseguido que fez surgir no espaço antes ocupado pelas velhas construções, um edifício austero e sólido, globalmente planejado. Nele pôde acomodar de maneira digna seus alunos – prés A e b, Primeiro e Segundo Graus – em amplas salas de aula e oferecer-lhes os serviços imprescindíveis a um estabelecimento de ensino e educação. Alguma restrição que se pudesse fazer à distribuição dos ambientes foi sendo sanada pela visão e competência dos sucessores, olhos voltados para o bem dos alunos.

Fonte: Liceu Salesiano Leão XIII – Rio Grande – RS – 100 anos (1901-2001).

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