Patrimônio Histórico e Urbânidade em Rio Grande:

A cidade do Rio Grande por sua tradição histórica e por sua importância dentro do cenário ecônomico do Brasil sul meridional sempre foi uma região de confluência de interesses dos mais diversos povos e de tendências políticas ou ecônomicas. no decorrer destes ultimos duzentos e setenta e três anos a cidade se desenvolveu apesar de todas as dificuldades que enfrentou: problemas com imigração, conflito de fronteiras, dificuldades com a natureza, invasões espanholas e crises ecônomicas. superados esses problemas com muito sangue, suor e lágrimas, foi notável o desenvolvimento desta cidade, pois, muito fácil é observar o crescimento que se consubstanciou na forma de nossos prédios históricos e realizações culturais, entre elas podemos citar: a primeira biblioteca do RS, Câmara de Vereadores, industria textil, linha de bondes regular e refinaria de petróleo do país, entre outras.

Fica estabelecido que é na observação e valorização do nosso rico passado e nas nossas construções históricas que estão as soluções para os problemas de nossa cidade. Hoje nas grandes capitais da Europa o turismo histórico é uma realidade, pense nisso e vamos mudar a conjuntura....


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

CASAS HISTÓRICAS NA PRAIA DO CASSINO:


CHALÉ DOS LAWSON:

Inspirado na casa rural popular do Brasil, duas águas com telhas portuguesas e varanda. Primeiro prédio de alvenaria no Cassino, erigido de 1892 a 1895, por Edward George Lawson. O terreno e a planta do prédio foram deixados como herança pelo Barão de São José do Norte. Tijolos foram trazidos por trem de pelotas. As esquadrias, ferragens, colunas coríntias estilizadas de ferro vieram de navio da Inglaterra, e em trens ou carroções do porto até a obra. O terreno recebeu árvores para fixar as areias, mais tarde cancha de tênis e muro com gradil inglês. Iluminação com acetileno e água puxada de bomba, conservada. Ampliação foi conduzida em 1930, sobre o algibre, outra no caramanchão e por último uma garagem. A mobília é dos séculos XIX e XX. O Cassino em 1896 foi a primeira “Estação Balnear” do Rio Grande do Sul, inspirada nos padrões das estações que eram moda na França do final do século XIX, nesse período acreditava-se que os banhos de mar e o ambiente marinho favoreciam a recuperação de um sem número de doenças, foi desta maneira que se estabeleceu um núcleo inicial de moradores, geralmente abastados que ali construíram suas residências de verão em lotes de 50m x 100 metros ao longo do que é hoje a Avenida Rio Grande. Nos fins de século moradores ilustres de Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande e das principais cidades gaúchas, vinham para cá muitas vezes de navio, permanecendo nas temporadas de verão na praia, esperando dessa forma receber os efeitos benéficos da ação terapêutica de nossas águas marinhas. Para uma maior informação a respeito ler minha coluna sobre o verão de 1898, publicada neste blog no ano de 2011.

Fonte: Projeto Amo Rio Grande da Secretaria Municipal de Educação e Cultura da Cidade do Rio Grande.

domingo, 28 de outubro de 2012

ESCOLAS PROFISSIONAIS SALESIANAS: Rio Grande.

Os Salesianos que partiram para novas terras levaram consigo a inspiração de Dom Bosco, assim foram surgindo as escolas profissionais, visando formar jovens para o mercado de trabalho e cidadania. No Brasil, as duas primeiras casas fundadas ainda por Dom Bosco foram o Colégio Santa Rosa de Niterói e no Liceu Coração de Jesus em São Paulo.
Os salesianos quando de sua chegada em Rio Grande nos idos de 1901 empenharam-se em aqui também fundá-las. Desta forma as escolas profissionais constituíam parte da obra na cidade, justificando seu nome oficial: Liceu Salesiano de Artes e Ofícios Leão XIII. Marcenaria, mecânica, tipografia, encadernação e alfaiataria preparavam cuidadosamente profissionais através dos estágios feitos nas oficinas da escola.
Ao lado do ensino primário e comercial as escolas ocupavam lugar de destaque na programação do trabalho educativo. Em suas oficinas eram aceitos de preferência alunos do Liceu que tivessem terminado sua instrução primaria ou estivessem cursando o quarto ano.
No ano de 1945, por exemplo, 95 alunos freqüentavam o curso profissional, distribuídos nas seguintes seções: tornearia mecânica, ajustagem, carpintaria e artes gráficas. As oficinas de carpintaria estavam bem montadas, e produziam desde móveis até casas inteiras, além do aparelhamento de madeiras. Outra parte era a dos móveis finos com dois ou três operários profissionais que eram ajudados pelos meninos que estavam em formação profissional.  A produção do Liceu era significativa e importante para população da recém criada “Cidade Nova” tendo inclusive recebido prêmios pela excelência da sua qualidade em produção de móveis. Muitos profissionais formados nas oficinas do Liceu viriam a formar o que seria o corpo de funcionários da Viação Férrea da Cidade do Rio Grande.
Razões várias, entre as quais o êxodo das principais indústrias e a fuga de capitais da nossa cidade, fizeram decrescer a perspectiva de uma formação profissional. Diante desta realidade o Liceu criou em 1952 o curso ginasial, mudando sua ênfase no ensino dos escolares riograndinos.

Fonte: Liceu Salesiano Leão XIII: 100 anos (1901-2001).

GRÁFICA SALESIANA EM 1953:


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Solar dos Poock:

Solar que pertenceu ao Comendador Gustavo Poock, proprietário das industrias Pook, atual Câmara de Vereadores da Cidade do Rio Grande, quase cruzamento das ruas General Vitorino com General Neto.

FÁBRICAS ANTIGAS DA CIDADE DO RIO GRANDE:

CHARUTOS POOCK:

Companhia de Charutos Poock. Sucessora de POOCK CIA. Originalmente organizado em sociedade comanditária por ações, a primeira fábrica de charutos Havaneses e Nacionais no gênero fundada no país.
Instalada na Cidade do Rio Grande desde 1891, pelo falecido Comendador Gustavo Poock e depois passando para o controle de seu filho Gustavo Poock Junior. Funcionava em um vasto prédio, especialmente construído para exploração desta indústria, localizava-se na Avenida Buarque de Macedo, onde hoje esta localizada a loja Tumeleiro (fábrica), seus escritórios estavam instalados no cruzamento das ruas Marechal Floriano e Benjamim Constant onde hoje temos o Banco Santander e a residência do Comendador Poock foi construída no local onde hoje funciona a Câmara Municipal do Rio Grande.
Das marcas de charuto destacavam-se as seguintes:

►Comercial.
►Régios.
►Vaidade.
►Ângela.
►Titular.
►Paulista.
►Regente.
►Morens.
►Caçador.
►Fênix.
►Clemência.

Sua produção era superior a sete milhões de charutos. No Rio Grande funcionou também por largos anos a fábrica de charutos e cigarros de Miguel José de Araujo.

Fonte: PIMENTEL, Fortunato. Aspectos Gerais do Município do Rio Grande. Porto Alegre 1944.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A ECONOMIA GAÚCHA DURANTE A REPÚBLICA VELHA: Frigorífico Anselmi

A economia gaúcha teve um grande impulso com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A guerra praticamente acabou com a produção européia e, por isso, os produtos feitos no Rio Grande do Sul foram muito procurados tanto no Brasil como no exterior.
No inicio do século XX, a pecuária gaúcha passava por muitas dificuldades. Vários fatores contribuíram para isso:

►A baixa qualidade e o alto custo da produção, causados pela falta de tecnologia;
►A ausência de frigoríficos para melhor conservar a carne;
►A concorrência dos produtos platinos;
►Os interesses dos grandes fazendeiros do centro do país em manter o preço do charque o mais baixo possível.

Com a Primeira Guerra, a produção de carne na Europa foi praticamente paralisada. Isso fez com que a pecuária gaúcha se expandisse: a produção cresceu e os preços se elevaram. Além disso, como o Uruguai parou de produzir charque, pois quase toda carne uruguaia era mandada aos frigoríficos, o charque gaúcho viu-se livre da concorrência platina.
O Frigorífico Anselmi ficava na Rua Portugal nas proximidades da antiga cadeia pública.