Patrimônio Histórico e Urbânidade em Rio Grande:

A cidade do Rio Grande por sua tradição histórica e por sua importância dentro do cenário ecônomico do Brasil sul meridional sempre foi uma região de confluência de interesses dos mais diversos povos e de tendências políticas ou ecônomicas. no decorrer destes ultimos duzentos e setenta e três anos a cidade se desenvolveu apesar de todas as dificuldades que enfrentou: problemas com imigração, conflito de fronteiras, dificuldades com a natureza, invasões espanholas e crises ecônomicas. superados esses problemas com muito sangue, suor e lágrimas, foi notável o desenvolvimento desta cidade, pois, muito fácil é observar o crescimento que se consubstanciou na forma de nossos prédios históricos e realizações culturais, entre elas podemos citar: a primeira biblioteca do RS, Câmara de Vereadores, industria textil, linha de bondes regular e refinaria de petróleo do país, entre outras.

Fica estabelecido que é na observação e valorização do nosso rico passado e nas nossas construções históricas que estão as soluções para os problemas de nossa cidade. Hoje nas grandes capitais da Europa o turismo histórico é uma realidade, pense nisso e vamos mudar a conjuntura....


sábado, 18 de dezembro de 2010

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS CLUBES CAIXEIRAIS:

Os Clubes Caixeirais surgiram no cenário social do Rio Grande do Sul nos anos oitenta do século XIX. Do período entre 1879 e 1890, datam as fundações de doze clubes: de Pelotas, Porto Alegre, Bagé, Livramento, Jaguarão, Santa Maria, Alegrete, São Gabriel, Rio Grande, Cachoeira, Uruguaiana e São Sepé. Ente 1877 e 1889, foram identificadas cinquenta e sete associações de socorro mútuo em atividade no Estado. O número de entidades de caixeiros era bastante expressivo, cerca de 21% das entidades existentes. A primeira entidade Caixeiral no Rio Grande do Sul foi o Clube Caixeiral de Pelotas, Fundado no final do ano de 1879. Seu surgimento é consequência da movimentação de caixeiros pelo fechamento das portas do comércio aos domingos e feriados, na parte da tarde. Esta movimentação resultou em um acordo estabelecido entre comerciantes e caixeiros, que visou a atender a solicitação dos últimos. O acordo foi firmado no dia 8 de dezembro de 1879. No dia 25 de dezembro, ocorreu a fundação do Clube Caixeiral de Pelotas. Os dirigentes do Clube continuaram, por muitos anos, na defesa do descanso. Em algumas vezes, insistiam para que a lei fosse cumprida. Em outras, para que fosse ampliada. O surgimento do Clube Caixeiral de Pelotas foi fruto de uma ação dos empregados do comércio pela melhoria das condições de trabalho. O cumprimento da lei de fechamento exigiu uma mobilização do Clube Caixeiral.

O Clube Caixeiral de Porto Alegre foi fundado no ano de 1882. Na assembléia de fundação, fizeram-se presentes 181 caixeiros. A comissão fundadora do Grêmio era composta por empregados do comércio. Entre os idealizadores do Clube estavam indivíduos provenientes de outros setores. Em Porto Alegre o movimento pelo descanso dominical dos caixeiros remonta ao ano de 1874, quando foi publicado o periódico O Social. A lei de fechamento foi aprovada no Código de Posturas Municipal de Porto Alegre em 1883. O presidente do Clube Caixeiral, Ernesto Silva, foi o autor do projeto de lei encaminhado à Câmara Municipal.

No ano de 1884, já existiam quatro Clubes Caixeirais no Estado, tendo como objetivo básico a conquista do descanso dominical. O Clube Caixeiral de Livramento teve sua fundação no dia 8 de julho de 1883, na presença de trinta e quatro caixeiros. Dois meses depois, os caixeiros de Livramento adquiriram o direito de fechamento das portas aos domingos. Nos primeiros tempos após a fundação, criou-se uma biblioteca, o que demonstra que as finalidades do Clube eram igualmente a resistência, assistência e instrução. Com semelhantes objetivos, existiu também o Clube Caixeiral de Bagé, fundado em 1883.

As informações do interior e de outras províncias, sobre as questões pertinentes aos caixeiros, circulavam nas páginas do jornal O Atleta que pertencia a associação. O esboço do contexto sobre a movimentação dos caixeiros no país e o mapeamento do Clubes no Estado e o posicionamento dos caixeiros mostrou a eficácia do jornal como instrumento de comunicação e divulgação dos interesses dos trabalhadores caixeiros.

Referência: Magalhães, Reginaldo. Clube Caixeiral, Curso de Guia de Turismo-Matéria de História da Arte. Senac Rio Grande.

Um comentário:

Yuri Victorino disse...

Parabéns pelo resgate da história dos Caixeirais. Há pouca informação sobre isso. Obrigado por compartilhar. Esta matéria me ajudará a descrever uma medalha que tenho de comemoração do Clube Caixeiral Portoalegrense da Bodas de Prata. A medalha é de alumínio.