Patrimônio Histórico e Urbânidade em Rio Grande:

A cidade do Rio Grande por sua tradição histórica e por sua importância dentro do cenário ecônomico do Brasil sul meridional sempre foi uma região de confluência de interesses dos mais diversos povos e de tendências políticas ou ecônomicas. no decorrer destes ultimos duzentos e setenta e três anos a cidade se desenvolveu apesar de todas as dificuldades que enfrentou: problemas com imigração, conflito de fronteiras, dificuldades com a natureza, invasões espanholas e crises ecônomicas. superados esses problemas com muito sangue, suor e lágrimas, foi notável o desenvolvimento desta cidade, pois, muito fácil é observar o crescimento que se consubstanciou na forma de nossos prédios históricos e realizações culturais, entre elas podemos citar: a primeira biblioteca do RS, Câmara de Vereadores, industria textil, linha de bondes regular e refinaria de petróleo do país, entre outras.

Fica estabelecido que é na observação e valorização do nosso rico passado e nas nossas construções históricas que estão as soluções para os problemas de nossa cidade. Hoje nas grandes capitais da Europa o turismo histórico é uma realidade, pense nisso e vamos mudar a conjuntura....


quinta-feira, 2 de abril de 2015

O POSITIVISMO COMO FUNDAMENTO DA CRIAÇÃO DE UMA NOVA ARQUITETURA:

O estado positivista é o termo fixo e definitivo em que o espírito humano descansa e encontra a ciência. As sociedades evoluem segundo essa lei e os indivíduos em outro plano, também realizam a mesma evolução.
O positivismo não aceita as classes sociais com o significado geralmente empregado na atualidade. Aceita sim que toda a sociedade desde a mais primitiva, há dirigentes e dirigidos. Os dirigentes devem sempre ser os mais capazes, isto é, aqueles que influem na educação e na cultura da espécie humana: são os sacerdotes, os filósofos, os cientistas, os jornalistas, os professores..., ou melhor, os teóricos que modificam o pensamento dos indivíduos através de sua pregação e de sua conduta moral.
Embasado na concepção biológica da sociologia, Augusto Comte entende a sociedade como um organismo cujas partes são heterogêneas, mas solidarias, pois se orientam para a conservação do conjunto. O progresso da sociedade é caracterizado, assim pela incessante especialização das funções, como todo o desenvolvimento orgânico, para maior aperfeiçoamento na evolução dos órgãos particulares .
O Positivismo, “como regime definitivo da razão humana frente à ação dissolvente da metafísica” surgiu do progressismo, baseado no desenvolvimento cientifico que dominou todo o século XIX, com o objetivo de aproveitar as virtudes do progresso, ou da evolução progressiva, pela compreensão racional e cientifica do problema da ordem determinando os elementos fundamentais de toda sociedade humana.
A política positiva não reconhece nenhum direito além do de cumprir o dever, e assim, nega categoricamente a própria existência do direito como tal. Ele entende que o positivismo não admite senão deveres para com todos; pois que seu ponto de vista, sempre social, não pode comportar nenhuma noção de direito, constantemente fundada na individualidade. O homem como individualidade não existe, portanto, na sociedade cientifica, senão como membro de outros grupos, desde o familiar – unidade básica por excelência até o político.

Também não existe lugar para liberdade de consciência, a consciência para Comte, não determina sozinha o modo de existência prática, como não bastam às condições materiais da vida para definir a consciência. E a própria soberania popular é um termo vazio de sentido em sua política positiva, onde a ditadura se exercita num despotismo espiritual e temporal, pois adota a principio da força como fundamento de governo.
No que tange ao processo de desenvolvimento da arquitetura eclética no Brasil, podemos dizer que ela é a manifestação construtiva de um segmento social representado por uma elite dominante, que através das idéias do positivismo procurava marcar de maneira definitiva o seu papel de superioridade diante de uma grande maioria populacional existente até então no país. A diferenciação marcante entre o estilo de morar de ricos e pobres deixava clara a divisão entre aqueles que deveriam tomar as rédeas do poder no estado e aqueles que deveriam se submeter aos ditames dessa mesma elite. A separação entre o publico e o privado ficou marcado de maneira indelével como o ocorrido no projeto “Bota a Baixo” do prefeito Pereira Passos na cidade do Rio de Janeiro em 1904. Era o momento oportuno para as elites consolidarem o poder republicano em oposição a aqueles que ainda viam no império uma maneira mais esclarecida de administrar o Brasil.

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