O estado positivista é o termo fixo e definitivo em que o espírito humano
descansa e encontra a ciência. As sociedades evoluem segundo essa lei e os
indivíduos em outro plano, também realizam a mesma evolução.
O positivismo não aceita as classes sociais com o significado geralmente
empregado na atualidade. Aceita sim que toda a sociedade desde a mais
primitiva, há dirigentes e dirigidos. Os dirigentes devem sempre ser os mais
capazes, isto é, aqueles que influem na educação e na cultura da espécie
humana: são os sacerdotes, os filósofos, os cientistas, os jornalistas, os
professores..., ou melhor, os teóricos que modificam o pensamento dos
indivíduos através de sua pregação e de sua conduta moral.
Embasado na concepção biológica da sociologia, Augusto Comte entende a
sociedade como um organismo cujas partes são heterogêneas, mas solidarias, pois
se orientam para a conservação do conjunto. O progresso da sociedade é
caracterizado, assim pela incessante especialização das funções, como todo o
desenvolvimento orgânico, para maior aperfeiçoamento na evolução dos órgãos
particulares .
O Positivismo, “como regime definitivo da razão humana frente à ação
dissolvente da metafísica” surgiu do progressismo, baseado no desenvolvimento
cientifico que dominou todo o século XIX, com o objetivo de aproveitar as virtudes do progresso, ou da
evolução progressiva, pela compreensão racional e cientifica do problema da
ordem determinando os elementos fundamentais de toda sociedade humana.
A política positiva não reconhece nenhum direito além do de cumprir o
dever, e assim, nega categoricamente a própria existência do direito como tal.
Ele entende que o positivismo não admite senão deveres para com todos; pois que
seu ponto de vista, sempre social, não pode comportar nenhuma noção de direito,
constantemente fundada na individualidade. O homem como individualidade não
existe, portanto, na sociedade cientifica, senão como membro de outros grupos,
desde o familiar – unidade básica por excelência até o político.
Também não existe lugar para liberdade de consciência, a consciência para
Comte, não determina sozinha o modo de existência prática, como não bastam às
condições materiais da vida para definir a consciência. E a própria soberania
popular é um termo vazio de sentido em sua política positiva, onde a ditadura
se exercita num despotismo espiritual e temporal, pois adota a principio da
força como fundamento de governo.
No que tange ao processo de desenvolvimento da arquitetura eclética no
Brasil, podemos dizer que ela é a manifestação construtiva de um segmento
social representado por uma elite dominante, que através das idéias do
positivismo procurava marcar de maneira definitiva o seu papel de superioridade
diante de uma grande maioria populacional existente até então no país. A
diferenciação marcante entre o estilo de morar de ricos e pobres deixava clara
a divisão entre aqueles que deveriam tomar as rédeas do poder no estado e
aqueles que deveriam se submeter aos ditames dessa mesma elite. A separação entre
o publico e o privado ficou marcado de maneira indelével como o ocorrido no
projeto “Bota a Baixo” do prefeito Pereira Passos na cidade do Rio de Janeiro
em 1904. Era o momento oportuno para as elites consolidarem o poder republicano
em oposição a aqueles que ainda viam no império uma maneira mais esclarecida de
administrar o Brasil.
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