Patrimônio Histórico e Urbânidade em Rio Grande:

A cidade do Rio Grande por sua tradição histórica e por sua importância dentro do cenário ecônomico do Brasil sul meridional sempre foi uma região de confluência de interesses dos mais diversos povos e de tendências políticas ou ecônomicas. no decorrer destes ultimos duzentos e setenta e três anos a cidade se desenvolveu apesar de todas as dificuldades que enfrentou: problemas com imigração, conflito de fronteiras, dificuldades com a natureza, invasões espanholas e crises ecônomicas. superados esses problemas com muito sangue, suor e lágrimas, foi notável o desenvolvimento desta cidade, pois, muito fácil é observar o crescimento que se consubstanciou na forma de nossos prédios históricos e realizações culturais, entre elas podemos citar: a primeira biblioteca do RS, Câmara de Vereadores, industria textil, linha de bondes regular e refinaria de petróleo do país, entre outras.

Fica estabelecido que é na observação e valorização do nosso rico passado e nas nossas construções históricas que estão as soluções para os problemas de nossa cidade. Hoje nas grandes capitais da Europa o turismo histórico é uma realidade, pense nisso e vamos mudar a conjuntura....


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

TRANSPORTE URBANO NO RIO GRANDE:

O transporte urbano coletivo parece ter tido início nos primeiros anos da década de 1850 por meio de carretões, espécie de ônibus puxados por cavalos e mesmo bois. Em 1884 foi fundada a Companhia Carris Urbanos do Rio Grande, transportando passageiros em vagões sobre trilhos e puxados por burros ou a vapor. Os bondes a tração animal desapareceram em 1922; todavia, vagões puxados por pequenas locomotivas e bondes movidos a eletricidade (a maioria importados da Inglaterra) continuaram a existir.

Os bondes anunciavam, pelos seus itinerários, que a cidade se expandia e que as necessidades da população em se locomover aumentavam. Eram sinal de mudanças. Viajar ou passear, por um quarto de hora ou por meia hora ao lado de um desconhecido, sem dirigir-lhe a palavra, ou então trocar conversa formalmente sobre a política ou os costumes, com alguém que não se sabia exatamente quem era, revelava o sinal de novos tempos que o bonde poderia proporcionar. A eletricidade, força motriz oculta para o olhos, que não podia ser vítima das chacotas ou apelidos como os burros, reforçou ainda mais a veneração do progresso industrial e dos avanços da racionalidade científica.

Em 1931, Rio Grande possuía 16 bondes elétricos. Em 1935, 22 carros, em 1940, 42 unidades e um total de 24.500 km de linhas urbanas, com movimento de 5.386.841 passageiros nesse ano. Era comum nos prospectos publicitários dos cine-teatros locais o anúncio: “haverá bonds para todas as linhas depois do espetáculo”, o que certamente favorecia a frequência às casas de espetáculos e a vida noturna. O historiador Antenor Monteiro, em sua coluna intitulada “Rebuscos”, publicada pelo Jornal Rio Grande, afirma que em 15 de novembro de 1912 foi oficialmente inaugurada a tração elétrica e em fins de dezembro começa o tráfego dos bondes pela Linha do Parque, partindo os carros da então Praça da Caridade (hoje Praça Barão de São José do Norte), de onde seguia pelas ruas Aquidaban e Marechal Deodoro. Com a inauguração em 15 de novembro de 1922, das linhas Poester e Matadouro, desaparecem os bondes de tração animal, que ainda eram utilizados em algumas linhas.

Na década de 40 a Prefeitura Municipal, que administrava o transporte urbano através do Serviço Rio-Grandino de Transportes Coletivos, adquire bondes modernos, logo apelidados pelo povo de “bonde saféte”, certamente porque vinha escrito no estribo, que abria automaticamente junto com a porta o termo inglês “safety”.
O primeiro ônibus da cidade foi inaugurado em outubro de 1939, com capacidade para 30 passageiros. Ao lado dos transportes públicos, circulava pelas ruas um tráfego de transeuntes, carroças, coches e automóveis particulares, um dos grandes símbolos da modernidade que batia a porta.

Referências:

BITTENCOURT, Ezio da Rocha. Da rua ao teatro, os prazeres de uma cidade: sociabilidades e cultura no Brasil Meridional. Rio Grande, editora da Furg, 2007.
SOARES, Célio. Ecos do Passado. Rio Grande: Editora da Furg, 2010. 

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