A Igreja do Carmo é a melhor
representante do estilo Neogótico em Rio Grande, a qual nos mostra a
ruptura da estética colonial portuguesa e a religiosidade de um povo
que expressa através do monumental, mas antes desse magnífico
templo a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo possuía
uma igreja muito simples na cidade marítima, a então Vila do Rio
Grande do Sul.
Por decreto de 26 de fevereiro de 1777, do então principal e geral do Convento do Carmo do Rio de Janeiro, Frei Antônio das Chagas é autorizada a criação da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, sendo comissário, o reverendíssimo Padre Luiz de Medeiros Corrêa que delega seus poderes ao Vigário da Vara e Freguesia na Vila do Rio Grande, Padre José Gomes de Farias. Em 1780 é bento um altar, na matriz de São Pedro. Como a devoção a Nossa Senhora do Carmo estava crescendo, a Ordem Terceira do Carmo procura uma sede própria, afastando-se do local de origem, edificando a sua igreja.
Por decreto de 26 de fevereiro de 1777, do então principal e geral do Convento do Carmo do Rio de Janeiro, Frei Antônio das Chagas é autorizada a criação da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, sendo comissário, o reverendíssimo Padre Luiz de Medeiros Corrêa que delega seus poderes ao Vigário da Vara e Freguesia na Vila do Rio Grande, Padre José Gomes de Farias. Em 1780 é bento um altar, na matriz de São Pedro. Como a devoção a Nossa Senhora do Carmo estava crescendo, a Ordem Terceira do Carmo procura uma sede própria, afastando-se do local de origem, edificando a sua igreja.
Em 1800 dá-se início a
construção da igreja, sendo erguida no centro da Rua Dezesseis,
tinha a frente para a Rua da Praia (depois Dom Pedro II e hoje
Marechal Floriano), o estilo arquitetônico baseia-se no românico
sofrendo interferência do estilo colonial e manuelino.
A antiga Igreja do Carmo era
composta de uma nave única espaçosa, dois consistórios, sala
capitular, outras dependências, torres com sinos portugueses e um
cemitério que ficava nos fundos. Em 6 de novembro de 1809, o Padre
Francisco Ignácio da Silveira benzia solenemente o novo Templo da
Ordem Terceira do Carmo.
Infelizmente estando a igreja mal
localizada, no centro de uma rua, o governo do município tenta
desapropriar e demolir a igreja para abertura da Rua Dezesseis
(Benjamim Constant), devido ao crescimento da cidade. A demolição
da igreja ocorre em 1928, segundo proposta do Marechal Francisco José
Soares de Andréa nas “Discrições das Emendas ou Adições”
feitas ao Arruamento da Vila do Rio Grande de São Pedro.
Devido ao melhoramento da rua, é
então posto a baixo o prédio da Ordem do Carmo, já que a mesma
parecia um armazém com alguns altares, sem luxo ou objeto de valor.
Mas para que a demolição ocorresse o governo tratou a
desapropriação junto a Venerável Cúria Diocesana de Pelotas,
sendo oferecido um terreno mais amplo em algum lugar da mesma rua ou
em outro lugar da cidade, proposta que foi aceita pela Cúria
Diocesana. Após acerto com a Cúria os Carmelitas transferiram a
igreja para uma casa particular na Rua General Bacelar, onde
normalmente o culto religioso acontecia, durando até 1929, servindo
de igreja provisória.
No ano de 1929 é lançada a
pedra fundamental da nova Casa de Deus, que após a aprovação do
projeto do Reverendíssimo Frei Mariano de São José, dá-se início
as obras do monumental prédio em estilo Neogótico, a qual
representará o progresso, a arte e a devoção de um povo. Com a
intensificação das obras foi possível concluir a igreja, mesmo com
a transformação do cenário político nacional, com o golpe de
Getúlio Vargas, a nova constituição do Estado Novo, não
influenciaram nas obras, visto que, Rio grande ainda não tinha se
posicionado em relação ao assunto, vindo mais tarde a apoiar
Getúlio Vargas. O governo municipal era de responsabilidade do
prefeito Doutor Antônio Rocha de Meirelles leite, o qual permanece à
frente da administração da Prefeitura Municipal por dez anos.
A construção das torres teve que ser interrompida, uma vez que a situação
mundial era de terror pois estávamos na Segunda Guerra Mundial, onde
os recursos estavam todos concentrados para a guerra, mesmo o Brasil
não participando no primeiro momento do conflito, portando seria
necessário manter a obra estagnada o que ficou por muito tempo,
sendo construída em 1950. O templo Neogótico foi inaugurado
solenemente e oficialmente pelo Bispo Diocesano Sua Excelência
Reverendíssima Senhor Dom Joaquim Ferreira de Mello, Sua Excelência
Reverendíssima Senhor Dom Antônio Reis, egrégio Bispo de Santa
Maria no dia 22 de abril de 1938, havendo uma cerimônia com
convidados civis, militares e religiosos e uma festa coroando a
benção da mais nova igreja.
Um comentário:
No próprio relato tem-se argumento da importância do planejamento... para evitar perdas e conservar e/ou preservar o valor histórico das construções. E, contar para as pessoas da comunidade tudo isso que foi levantado - elas ajudarão a cuidar e multiplicar as informações outros da comunidade e para os visitantes. Maravilha de pesquisa!!!
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