Patrimônio Histórico e Urbânidade em Rio Grande:

A cidade do Rio Grande por sua tradição histórica e por sua importância dentro do cenário ecônomico do Brasil sul meridional sempre foi uma região de confluência de interesses dos mais diversos povos e de tendências políticas ou ecônomicas. no decorrer destes ultimos duzentos e setenta e três anos a cidade se desenvolveu apesar de todas as dificuldades que enfrentou: problemas com imigração, conflito de fronteiras, dificuldades com a natureza, invasões espanholas e crises ecônomicas. superados esses problemas com muito sangue, suor e lágrimas, foi notável o desenvolvimento desta cidade, pois, muito fácil é observar o crescimento que se consubstanciou na forma de nossos prédios históricos e realizações culturais, entre elas podemos citar: a primeira biblioteca do RS, Câmara de Vereadores, industria textil, linha de bondes regular e refinaria de petróleo do país, entre outras.

Fica estabelecido que é na observação e valorização do nosso rico passado e nas nossas construções históricas que estão as soluções para os problemas de nossa cidade. Hoje nas grandes capitais da Europa o turismo histórico é uma realidade, pense nisso e vamos mudar a conjuntura....


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

FOTOGRAFIA COMO FONTE PRIMÁRIA

Os dados abaixo são resultado de uma pesquisa fotográfica realizada entre os anos de (2008/2011) para coleta de material pertinente ao meu trabalho de conclusão de curso na Universidade Federal do Rio Grande (Furg). Este documento comprova que uma atividade aparentemente despretenciosa como a fotografia pode servir como meio de coleta de uma significativa quantidade de informações que podem ser usadas nos mais variados campos do conhecimento. Através da análise visual dos dados obtidos (imagens), pude chegar a um resultado geral sobre a situação de conservação ou abandono do nosso patrimônio histórico edificado. A fotografia se torna cada vez mais um valioso instrumento no registro e catalogação de dados para qualquer área da atividade humana. No caso da Cidade do Rio Grande e deste trabalho ela pode servir como um alerta para o descaso com nosso passado e com a necessidade de uma concientização sobre a importância da educação patrimonial.

OBS: Clique nas fotos para ampliar os dados...

domingo, 30 de outubro de 2011

DETALHE FLORAL DO PORTÃO DA CASA BALLESTER:

CASA BALLESTER:

Durante muito anos vimos esta chácara urbana entregue as vicissitudes do tempo, seu aspecto era de degradação e suas estruturas orginais começavam a se desfazer, seu belo visual sempre ficava obscurecido pelas péssimas condições em que se encontrava. Um grande perigo para as construções centenárias em nossa cidade sempre foi a desocupação destas estruturas e a sua falta de conservação que geram um sentimento de repulsa e depreciação visual aos transeuntes. Para felicidade minha e de todos os riograndinos a Casa Ballester esta sendo reformada, digo reformada e não restaurada, porque no processo de reconstrução, estruturas originais do âmbito interno deste sitio estão sendo alteradas e descaracterizadas, apesar disso temos que nos regozijar por estar esta tão bela edificação sendo reedificada. No que se refere aos itens originais da estrutura externa podemos ter com a reforma uma idéia muito boa de como eram construídas as chácaras que ficavam na região extra muros (região além das trincheiras) da cidade do Rio Grande em um período que a produção rural tanto da cidade como da ilha dos marinheiros abastecia de víveres nossa cidade......enfim mais um ponto para aqueles que tem amor pelo nosso patrimônio histórico edificado e lutam para vê-lo preservado.

INFLUÊNCIA DE ESTILOS: CASA BALLESTER.

Este portão representa em seu estilo uma mescla de outros estilos, traço marcante e característico do Ecletismo historicista na cidade do Rio Grande e em todo mundo, as conchas são evidentes representações do estilo Rococó que nasceu na França da "Era das Luzes", assim como as formas languidas e curvas do Art Nouveau mostradas nas curvas do Gradil, que também surgiram na França na segunda metade do século XIX e que tinha na sua enfase um modo de protestar contra a mecanização do trabalho imposta pela segunda revolução industrial ou revolução técnico científica, as formas dessa maneira jamais poderiam ser repetidas nem criar um padrão que fosse constantemente repetido. Cada nova criação do art nouveau deveria surgir como resultado da inspiração do artista que a criou....

PORTÃO DA CASA BALLESTER:

Estes portões projetados e vendidos em finais do século XIX e início do século XX, eram fabricados em países como Inglaterra ou França e distribuídos através de catálogos onde eram mostrados diversos modelos para encomenda, dependendo das posses do comprador os mesmos poderiam ser comprados da lista sugerida ou sob encomenda no caso de muitos detalhes ou grandes proporções. Segundo Nestor Goulart dos Reis Filho, os grandes portões eram uma forma evidente de os grandes burgueses de final de século ostentarem sua riqueza.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CASAS HISTÓRICAS NA PRAIA CASSINO:

CHALÉ DE MADEIRA DA FAMÍLIA DUHÁ:

Tem influência dos chalés de arquitetura flamenga, belga e holandesa. Empena voltada para frente como é usual, cobertura de duas águas com telhas de zinco, seus beirais são decorados com lambrequins de chapa estampada. Na fachada, janelas com venezianas e porta almofadada central. Idêntico ao de n° 283, foi montando ao mesmo tempo e no mesmo terreno pelo Coronel Leivas para sua sobrinha e filha de criação Maria José. Ela casou com um Otero, herdou a fortuna do tio e tornou-se a lendária Zóquinha Leivas Otero. Foi comprado em 1941 em leilão por 200 contos de réis pelo Dr. Paulino Dutra. Seu genro Sr. Dídio Duhá e um grupo de veranistas, fundou no prédio em 13 de fevereiro de 1950 a SAC (Sociedade Amigos do Cassino), que nos primeiros tempos aí teve sua sede provisória.

Fonte: Projeto Amo Rio Grande da Secretaria Municipal de Educação e Cultura da Cidade do Rio Grande.

sábado, 22 de outubro de 2011

BELEZAS DO RIO GRANDE:

BANEÁRIO CASSINO:

O Balneário Cassino, que já foi Villa Sequeira, em homenagem a Antônio Cândido Sequeira, seu idealizador, foi oficializado pela Lei Provincial 1551, de 17/12/1885, que concedeu à Cia. Carris Urbanos do Rio Grande o uso de uma área junto à costa do mar, para construir uma estação de banhos. No contrato entre a concessionária e a Câmara Municipal previa-se a construção de uma linha férrea, desde o fim da linha dos bondes do Parque na cidade até o balneário, e era fundamental para o sucesso do empreendimento. Os trilhos passariam pela atual Avenida Rio Grande até a costa. Em cada lado dessa rua principal quatro ruas paralelas e cortando-as dezoito ruas, formando 72 quadras com terrenos de 50x100 metros – entre as ruas Porto Alegre e Gravataí medem 28x100 metros.

O Tráfego regular de trens foi inaugurado em 26 de janeiro de 1890.

Fonte: folder do Projeto Amo o Rio Grande, da Secretaria Municipal de Educação e Cultura da Cidade do Rio Grande (2008).

O CASSINO E SEU PASSADO:

ESTAÇÃO BALNEAR: JORNAL DIÁRIO DO RIO GRANDE, 0 9 DE JANEIRO DE 1898: (transcrito com grafia original da época).

Vae em constante animação a estação balnear do casino. No vapor Humaitá chegaram ante-hontem da capital do estado diversos cavalheiros, e em breve se esperam muitos outros, assim como do Rio Grande e outras localidades. Acham-se já ocupando casas da companhia os seguintes cavalheiros com suas famílias: Coronel Antonio C. Campelo, Paul Stoos, Reverendo C. Kinsolving, Dr. A. Pinto da Rocha, José dos Santos Moreira da Cunha, Dr. Carlos F. Ramos, Dr. Eugenio Pinto Cardoso Malheiros, Major Frederico Ernesto B. Dias, Dr. M. Afonso Reis, Coronel B. Mascarenhas, Dr. Lopes de Almeida, F. Guterres, F.W. Cardoso, T.W. Right, B. Lopes Palhares e C. Engelharat.

Estão de casas tomada e devem chegar brevemente os Srs. Luiz de Otero, D.J. Vaz dias, Albino J. da Cunha, Paulo Luchsinger, Hemetério Mostardeiro, Joaquin D. Pereira, Francisco Belfort, D. Deothéa Lorena, Martin Bidart Filho e outros. Ate ante-hontem havia só quatro casas disponíveis, o Senhor Coronel Ernesto da Fontoura que Já possue casa de material em Tramandahy, especialmente para ser ocupada durante a estação balnear, chegou há dias à Villa Sequeira a fim de tomar cômodos para si e para sua exma. Família, que deve chegar da capital por volta do Humaydt.

Este e outros factos denotam que a nossa aprazível e confortável estação balnear vae se impondo ao apreço das pessoas que necessitam fazer uso dos banhos do mar e de quantas conhecem as vantagens que ela proporciona sob todos os pontos de vista. Nos quartos estão por enquanto os senhores Francisco de Macedo Couto, Dr. Nabuco de Gouvêa, Eduardo de Azevedo Souza e sua exma. Família, um empregado do banco inglez, cujo nome ignoramos. Por diversas pessoas desta cidade e de Pelotas estão tomados vários quartos.

Cremos poder assegurar que a estação, este anno, correrà animadíssima, não só devido à concorrência de hospedes, como a variedade de distraccções organisadas pela gerencia.

Diário do Rio Grande, 09 de Janeiro de 1898, n° 13426.


Como podemos constatar através deste artigo a praia do Cassino como conhecemos hoje já era ponto de encontro tanto das elites locais como de outras cidades, é preciso lembrar que a “Estação Balnear do Casino” foi a primeira estância balneárea planejada do Rio Grande do Sul, inspirada no Modelo Francês e que tinha objetivos medicinais na época de sua fundação. Os banhos de mar eram vistos como prática terapêutica que visava o restabelecimento de um sem número de moléstias da época.

sábado, 15 de outubro de 2011

ESCRITO POR JACQUES COSTEAU, A BORDO DO CALYPSO: .

MAR, NOSSA HERANÇA:

"A Terra é o único planeta do sistema solar onde a água existe em quantidade apreciável, pois cobre cerca de sete décimos da superfície do Globo. Mas essa água, onde a vida surgiu pela primeira vez e da qual todos os organismos dependem para sobreviver, foi-nos dada de uma vez por todas: não haverá mais.

A história recordará a nossa época como um período de crise em que o Homem, o principal causador de toda a poluição, pôs em perigo o meio ambiente, incluindo o mar, sustentáculo da vida. Ao permitir que os resíduosindustriais sejam lançados aos oceanos e recusando-se a aceitar um rigoroso controle internacional dos direitos de pesca, o Homem impede o aparecimento de gerações futuras.

As ilhas, lugares que desde sempre fascinaram a espécie humana, também são afetadas. Elas têm salvaguardado e preservado uma extraordinária diversidade de vida animal e vegetal, tendo sido o seu isolamento o fator que as transformou num último refúgio para numerosos peixes, corais e outras criaturas marinhas. Hoje em dia até estes oásis estão ameaçados.


No entanto, apesar de ser acusada de causadora de todos os males do mundo moderno,a tecnologia é, na realidade, a melhor arma da Humanidade contra a poluição, que tantas vezes se nos apresenta como o preço do progresso. Na verdade, não são os avanços científicos e industriais que ameaçam o Homem e a Natureza, mas sim a maneira errada e inconsciente como a Humanidade aplica as suas conquistas tecnológicas.


Tenho esperanças de que um maior e mais profundo conhecimento do mar, de que há milênios os homens recebem sabedoria, inspire mais uma vez os pensamentos e as ações que preservarão o equilíbrio da Natureza e permitirão a conservação da própria vida."

Jacques Costeau.

JACQUES COSTEAU: 1910-1997

Este blog que tem como objetivo principal divulgar, história, fotografia e arquitetura na cidade do Rio Grande não poderia deixar de fazer um resgate a memória de um homem que foi muito importante na formação do carater da minha geração e de tantas gerações: trata-se da nada menos que o grande oceanógrafo francês Jacques Yves Costeau. Lembro que em muitos momentos da minha infância pude desfrutar das grandes aventuras vividas por este explorador dos mares, um homem que foi de fundamental importância no que se refere ao desenvolvimento de teconologias e de uma conciência voltados a preservação dos mares ao redor do mundo. Seus muitos e maravilhosos filmes dão saudades e mesmo hoje em dia poderiam contribuir para despertar as mentes em muito anestesiadas por este frenesi de consumo exacerbado e individualismo que estamos vivendo.
Apesar de este grande personagem da história mundial não ter relação direta com o cotidiano da cidade do Rio Grande, por nossa vocação marítma, ele é sem duvida um exemplo a ser seguido e sempre lembrado por todos nós, preservar os recursos do mar e a natureza como um todo são obrigações de todos. As novas gerações e as futuras também, não pode ser sonegado o direito ao vislumbre e apreciação de um mundo de extrema beleza que é o mundo dos mares e oceanos. Lembro com saudades de filmes como os vividos no Canadá com os castores, as visitas a Yukatan, Mar Vermelho ou mesmo no Mediterraneo o projeto Pré-continent, Jacques Costeau embalou os meus sonhos e os sonhos de toda uma miriade de espectadores e nunca deve ser esquecido......faço minha homenagem ao desbravador dos mares.

JACQUES COSTEAU E O CALYPSO:

domingo, 25 de setembro de 2011

A ESPERA DO MOMENTO CERTO NA FOTOGRAFIA:

Para a realização desta foto aparentemente simples e despretenciosa, levei entre seis meses e um ano aproximadamente, primeiro por antes não ter uma máquina com um zoom adequado que possibilitasse a aproximação sem afastar os animais ao chegar muito próximo e segundo por ter que esperar infinitamente o momento em que as pombas pousariam neste lugar propicio a foto e que eu tivesse a felicidade de estar com a câmera.
Fotografia é isso, muita paciência, um pouco de estudo e muita vontade.....o restante vem com o tempo e a técnica (Nikon Coolpix L120).

sábado, 24 de setembro de 2011

Boas iniciativas: Restauro.

Esta residência situada na Rua Major Carlos Pinto (Canalete) é um belo exemplo daqueles que com muito esforço, custos e paciência, lutam para manter as belas estruturas originais que marcam um estilo e época em nossa cidade, iniciativas como esta devem ser incentivadas e servir de exemplo para que toda uma comunidade se concientize da importância em preservar o nosso rico patrimônio histórico......é um periodo que dessa forma, se manifesta e se mantém.

ARQUITETURA ECLÉTICA: 1899

Estrutura construída e mais que centenária (1899), que passou por recente processo de restauro, mantendo suas estruturas originais dos finais do século dezenove, em estilo eclético, situada a rua General vitorino 496, em frente a praça Tamandaré.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

CASA PRÓPRIA:

Ter casa - casa própria -
é ideal de quase todo
brasileiro: mesmo que seja
o que as vezes se define
como um mucambinho,
mesmo assim a cortesia da
hospitalidade mandando
que o morador diga
à visita bem acolhida:
a casa é sua

Gilberto Freire, 1979:13

domingo, 18 de setembro de 2011

JARDINS DE INSPIRAÇÃO FRANCESA:

Nos jardins cuja aparência pretendia ser européia não eram raros também os elementos de ferro, chafarizes havia, e complicados, bancos de ferro, quiosques e estufas, para as senhoras brasileiras cultivarem plantas que só existiam na Europa, onde as senhoras európeias, para criar plantas tropicais, tinham estufas que as brasileiras imitavam (Rua Silva Paes 387).

ELEMENTOS EM FERRO NA CONSTRUÇÃO:

Os elementos de ferro forjado ou fundido produzidos pela industria européia estão sempre presentes na arquitetura durante o século dezenove. Destinando-se a todos setores da construção, compreendiam desde peças estruturais, como vigas e colunas, até recursos secundários de acabamento, como ornamentos de jardim, chafarizes e gradis, para não mencionar as escadas, as ferragens de janelas e portas, os canos, as peças de banheiro e os fogões.
Quase tão importantes como os alpendres, eram os portões e as grades junto a rua. Era aí que se mostrava de longe, a posição social do proprietario. Havia portões monumentais e tambem as mais simples comprados até pelo catálogo. As peças traziam em relevo a indicação do fabricante e algumas, da casa importadora. Na categoria mais comum eram encontrados os balaustres, os portões, os peitoris (inteiriços e de meia altura), as grades de gateira e os gradis.
O comprador ia a loja de ferragens e escolhia o modelo e dimensões, de acordo com suas posses e finalidades. As peças mais simples eram sempre quase iguais, mas para as residências mais caras era possível escolher modelos especiais.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

VOLTANDO:

Era no sotão
que eu estudava.
Era meu mundo.
Teto baixo
cantos atulhados.
Lá havia de tudo:
brinquedos quebrados,
livros sem capa,
mesa capenga,
mas, pra mim
era o salão do castelo
com candelabros,
espelhos e divã estufado.
A janela pequena era o lustre
que iluminava meu sonho.
Foi tudo que precisei
para sentir,
para viver
a minha infância.
E até agora
minha memória
retrata com fidelidade,
todo aquele paraíso de outrora.

Teodolina Domingas Batezat - Acadêmia Riograndina de Letras - cadeira n° 39

IGREJA DO CARMO - RIO GRANDE:

FOTOS DE OBRAS DE ARTE:

Este tipo de fotografia oferece uma gama enorme de possibilidades, dependendo das condições de luminosidade, da hora do dia ou do uso de flash podemos ter variações as mais diversas no universo fotográfico, uma boa sugestão é tirar fotos com todas as variações, como preto e branco, sepia, colorido, com flash e sem flash e utilizando o zoom em todas as distâncias possíveis, em ultima análise é a pratica e muita leitura que vão transformar o menos experiente dos fotógrafos no profissional mais competente e disputado.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA FACHADA:

Todas as igrejas góticas tinham sua fachada dividida em seis zonas: três verticais e três horizontais. Ao observarmos a fachada externa do templo carmelita podemos notar que há essa divisão a qual possui a torre lateral, rosácea, torre lateral, so sentido vertical, enquanto que no sentido horizontal temos as três portas, galeira e rosácea com nichos e estátuas de santos e as torres. Algumas dessas estátuas trazem na mão o escapulário com símbolos da Ordem. Ainda na fachada lateral do templo encontra-se o brasão da Ordem Carmelita e logo acima a imagem da padroeira da igreja Nossa Senhora do Monte do Carmo.

DETALHES CONSTRUTIVOS:

Na parte superior destinada ao coro vemos a rosácea da entrada principal, com vitrais coloridos e arcos também, merecendo uma moldura de cimento trabalhado. Não podemos esquecer do orgão característico nas igrejas medievais utilizando nas apresentações do coro durante a cerimônia religiosa. A coluna que sustenta o coro e serve de divisa para a nave lateral podemos encontrar quatro nichos com imagens de alguns santos. Estando com o olhar para o alto percebe-se a rosácea principal na abóboda central da igreja.

ESTRUTURA VERTICAL:

JustificarO templo em estilo neo-gótico foi inaugurado solenemente e oficialmente pelo bispo diocesano S. Excia. Rvma Dom Joaquim Ferreira de Mello, S. Excia. Rvma. Sr. Dom Antônio Reis. egrégio bispo de Santa Maria no dia 22 de abril de 1938 havendo uma cerimônia com convidados civis, militares e religiosos e uma festa coroando a benção da mais nova Matriz.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO:

Uma construção para ser considerada de um determinado estilo precisa ter as principais características desse estilo, no caso o neo-gótico. Como sabemos o neo-gótico é um retorno a estética gótica medieval, que se instala no Brasil com uma lentidão e com quase cem anos de diferença; como reação ao racionalismo clássico, o que é de fato espresso nas construções, pois, o estilo em discussão representa na verticalidade o sentimento religioso; por que acreditava-se que quanto mais alto o templo mais próximo de Deus estariam, ou seja, a elevação da espiritualidade. Por esta razão até os artistas envolvidos colocavam todo seu esforço, uma vez que estariam modelando a casa de Deus na terra.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

FEITIÇO

Passei de novo
Pela lembrança
da casa.
do quintal,
do varandal.
Que feitiço foi aquele
de uma casa já tão velha,
desajeitada,
impressionada de ter esperança
de um dia ressurgir
Como um Castelo,
muito belo,
Com fadas e duendes...
Mas o martelo do tempo
destruiu todo o lugar
e, milagre,
Ficou na alma da gente
a infância prazeirosa
florida como uma rosa
sem nunca terminar.

Teodolinda Domingas Batezat de Souza (Academia Riograndina de Letras).

domingo, 5 de junho de 2011

FONTES PARA PESQUISA HISTÓRICA:


Como sempre faço neste espaço estou postando matérias que possuo guardadas do encarte do jornal o peixeiro, para aqueles que como eu se interessam por história. Tenho um material considerável acerca das matérias publicadas, basta enviar pedido para o meu email e sem custo algum disporei a todos as cópias escaneadas para trabalhos acadêmicos ou escolares.

OBS: Clique nas imagens para poder aumentá-las e visualizar os topicos de pesquisa!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O TURCO DA PRESTAÇÃO:

Figura presente na música popular e na literatura de boa parte do país, inclusive em Rio Grande, a figura do mascate, que se antecipou à criação institucional do crediário, o "turco" da prestação,dificilmente era proveniente da Turquia mesmo. Sírios e Libanenes, dominados desde 1516 até o final da 1ª Grande Guerra pelos turcos otomanos, aqui chegaram, como era natural, com passaportes turcos e, independente das diferenças culturais eram chamados de turcos. Desinteressados na sua quase totalidade pelas atividades do campo, encontraram no comércio ambulante uma opção de trabalho. E por razões diversas, foram ganhando conforme a região apelidos diferentes e assim como o turco, sem bases reais. Carcamano, judeu e até galego foram alguns.
Citando Tanus Bastani, Valderez Pimentel nos coloca face à origem do vocábulo mascate: os portugueses auxiliados pelos libaneses cristãos, tomaram a cidade de Mascate, na Arábia, porto situado na costa do Golfo de Omã, no ano de 1658. Os portugueses que seguiram para aquela cidade árabe levaram mercadorias para ali fazerem a troca ou barganha e quando voltavam a Portugal eram chamados de mascates.

Ainda conforme Valderez Pimentel, dois pólos atraíam sírios na época da chegada ao Brasil: o do café e o da borracha. E, em relação ao comércio, esses imgrantes repetiram em maior escala o desbravamento dos antigos bandeirantes, descobriram novos mercados, resolveram as dificuldades de obter dinheiro vivo praticando o escambo e enfrentaram a concorrência através da introdução do pagamento escalonado, ou seja, a prestação mensal. A saga dos libaneses não difere da dos sírios e todos queriam fazer fortuna no menor prazo possível e voltar à Terra. Esse ânimo arrefeceu e o índice de fixação foi muito alto.
Os ambulantes, conforme prosperavam, iam escolhendo lugares de bom trânsito e lá montavam os seus negócios: a venda, o bazar, a loja de tecidos e o armarinho. Picadas, veredas, caatingas, rios, lombos de burro, carros de boi, embarcações. O sucesso profissional foi afastando esse pessoal empreendedor de suas práticas iniciais de comercialização e assentando-os num mercado da colônia. Com o decorrer dos anos desenvolveu-se no âmbito das cidades um pólo de comércio derivado de comerciantes libaneses e sírios. Hoje encontramos o "Turco da prestação" na indústria, no comércio, nos bancos e nas profissões liberais, Muitos que seguiram a carreira política são ministros de estado, governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores.
A todos os sírios e libaneses que tiveram um importante papel no desenvolvimento do nosso município e país, com seu trabalho, esforço e dedicação, fazemos esse resgate historico no sentido de salvaguardar seu rico passado.... prestamos nossas homenagens....

Referência: O Comércio no Brasil, Iluminando a memória - Biblioteca Senac RG.